Autismo menos detectável nas meninas

24 abril 2012

As meninas com uma forma mais amena de autismo têm menos probabilidade de serem identificadas e diagnosticadas do que os meninos, segundo uma nova pesquisa britânica.

De acordo com os cientistas, que apresentaram a pesquisa junto do Royal College of Psychiatrists, na Grã-Bretanha, as meninas mostram sintomas diferentes e menos sinais mais tradicionalmente associados com o autismo, como o comportamento repetitivo. Os especialistas afirmaram que, devido a este problema, alguns casos de autismo em meninas podem acabar não diagnosticados.

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Todas as crianças analisadas eram descritas como indivíduos cujos sintomas não eram totalmente correlacionados com casos clássicos de autismo.  Apesar de estas crianças ainda apresentarem dificuldades de socialização, comunicação e comportamento, os seus sintomas eram menos rigorosos.

E os pesquisadores concluíram que as diferenças na severidade do comportamento podem levar a uma tendência contra a identificação do problema em meninas.  Com base na experiência clínica, os pesquisadores observaram que as meninas tinham mais probabilidade de ter interesses obsessivos centrados em pessoas e relacionamentos.  Estes interesses podem ser mais bem aceitos pelos pais e, por isso, não são relatados aos médicos. Os tipos de obsessão também têm menos chances de ser descobertos com o uso de questionários padrão para o diagnóstico do problema.

Judith Gould, da Sociedade Britânica de Autismo, afirma que é possível que muitas meninas escondam melhor as suas dificuldades, de forma a adaptarem-se à sociedade.  «Características como timidez e sensibilidade muito alta, comuns em pessoas afectadas pelo autismo, algumas vezes são consideradas como traços tipicamente femininos», afirmou. «Mas, se um menino apresentar estas características, os pais poderão ficar preocupados.»

De acordo com o professor Simon Baron-Cohen, especialista em autismo da Universidade de Cambridge, são necessários mais estudos. «Esta é uma questão clínica muito importante e existem poucos estudos sobre este tema» afirma. «Não deveríamos supor que autismo ou Síndrome de Asperger serão parecidos para ambos os sexos, concluiu.


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